O Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC) ou Disfunção Auditiva Central é um distúrbio que afeta as vias centrais da audição. Apesar de ser pouco conhecido, ele é mais comum do que parece. Pessoas que sofrem com DPAC são capazes de detectar o som, mas possuem dificuldade para interpretar as informações que estão sendo transmitidas por ele.
Por isso, é importante saber que quando falamos em processamento auditivo central, estamos falando da capacidade que o sistema nervoso tem para traduzir as informações que são enviadas pela audição. Ele é o responsável por localizar e memorizar sons, reconhecer um padrão acústico, entre outras funções. Assim, quando o processamento auditivo central possui um distúrbio, as funções auditivas são afetadas.
As causas são variáveis e muitas vezes incertas. As mais frequentes são genéticas, por otites de repetição, traumatismo craniano, lesões cerebrais e envelhecimento natural do cérebro.
O DPAC pode atingir pessoas de qualquer idade e sexo, mas são mais comuns em crianças e idosos. Portanto, é durante a infância, no período de alfabetização, que o distúrbio precisa ser identificado mais rapidamente para não comprometer o aprendizado.
As dificuldades podem ser facilmente confundidas com falta de interesse e transtornos de atenção. Por isso, é preciso estar atento aos principais sintomas que uma criança com DPAC pode apresentar:
O DPAC pode vir acompanhado de outros distúrbios, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Porém, por ser pouco conhecido, o DPAC pode ser muitas vezes confundido com o segundo. É importante frisar que apesar de em alguns casos serem manifestados em conjunto, eles são distúrbios diferentes e possuem suas próprias particularidades.
Quando os sintomas são percebidos, o primeiro passo é procurar um otorrinolaringologista. Junto de uma equipe multidisciplinar composta por fonoaudiólogos, audiologistas, psicólogos, pedagogos, entre outros, o médico responsável deve analisar o caso. Depois, é dado o diagnóstico e, se a resposta for positiva, o paciente é encaminhado para um planejamento terapêutico adequado.
Um dos métodos terapêuticos utilizados é o treinamento auditivo, que consiste na execução de diversas tarefas acústicas capazes de ativar ou modificar o sistema auditivo. Também é muito importante que haja um trabalho multidisciplinar entre os pais, a escola e os professores. Dessa forma, todos podem contribuir para o desenvolvimento da criança com DPAC.
Outra opção é o uso do Sistema de Frequência Modulada (FM) na escola, que amplifica a voz do professor. Assim, fica mais fácil que a criança se concentre na explicação em sala de aula. Caso a criança também apresente perda auditiva condutiva ou neurossensorial, o ideal é que ela utilize o aparelho auditivo ou implante coclear.
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